terça-feira, 19 de agosto de 2008

Peer To Peer, o que diabos é isto?

file-sharing-chComeçando mais um post de utilidade pública para os losers de plantão: o que diabos são aqueles programas de compartilhamento de arquivos, como funcionam e por que existem tantos? smile_thinking

Pode parecer óbvio que o objetivo da maioria destes programas é a pirataria, mas não encare isto como uma apologia. Cada um tem consciência do que pode fazer ou não com o programa.

Pra começar…

Peer To Peer (P2P) é uam sigla em inglês que significa “ponta-a-ponto”, que é o que os programas fazem, te conectam diretamente a outros computadores para buscar ou enviar arquivos. É diferente da internet comum, onde um servidor central guarda tudo e o povo só chupa.

Por causa desta natureza da web comum, um download em massa fica lento demais, então o P2P foi feito pra distribuir a carga entre aqueles que tem o mesmo arquivo, além de facilitar a transferência (se um cair, o outro tem pra continuar) e manter uma certa privacidade.

Tudo começou com a idéia do protocolo Usenet (um post anterior explica), e um universitário aprimorou algumas coisas em 1999, criando o serviço Napster. Por permitir que qualquer loser pudesse compartilhar seus mp3 pelas internets, o programa ganhou o mundo num sucesso arrebatador, que durou até 2001, quando uma série de processos acabaram detonando as bases do serviço. Mas o estrago já estava feito, porque outras comunidades começaram a inventar seus protocolos e programas.

Um passeio pelo ecossistema dos protocolos P2P

Napster: protocolo simples, projetado pra compartilhamento apenas de músicas, e usado apenas pelo programa Napster original. se dava bem com conexões discadas e usava um servidor central para gerenciar buscas.

AudioGalaxy: teve relativo sucesso entre 2000 e 2001, mas era mais centralizado que o Napster, por isso foi bastante fácil derrubá-lo junto.

Gnutella: depois do fim do Napster, foi desenvolvido um protocolo paralelo, que fosse capaz de aguentar outros tipos de arquivos e mais carga de rede. Estava aberta a porteira pras músicas, vídeos, imagens e programas. Hoje, é um dos protocolos mais bem-sucedidos, e é usado por LimeWire, Shareaza e BearShare. Utiliza usuários em redes velozes como “suporte de busca” de forma distribuída, sem sistema centralizado.

FastTrack: desenvolvido por uma empresa holandesa para suceder o Napster, é semelhante ao Gnutella em capacidades. Foi a rede que conseguiu maior alcance mundial até hoje, porque seu cliente, o Kazaa, era fácil de usar e bastante poderoso para a época. Hoje ele está em decadência por causa de mais processos judiciais, mas ainda resiste no Kazaa Lite e no iMesh. Além disso, hoje a rede está cheia de arquivos corrompidos e vírus. Também utiliza usuários rápidos para espalhar as buscas, e funciona maravilhosamente bem com discada ou banda larga, mesmo com firewall.

eDonkey: uma rede criada em 2000 por outro estudante, com o objetivo de tornar super-eficiente o compartilhamento de arquivos, tanto através de servidores organizados quanto através de links especials (ed2k). O cliente Edonkey2000 foi o primeiro a usar o protocolo, e em 2005 foi descontinuado. Hoje temos o Emule e o Shareaza para acessar a rede, que é extremamente resistente a “derrubadas”, já que os servidores existem aos montes. A rede foi otimizada para banda larga e sem firewall, então pra aproveitar bem você precisa saber mexer na rede. (se houver demanda, postarei uma dica depois)

BitTorrent: Desde 2005, a moda da vez é usar este protocolo, projetado para aquivos pesados, banda bem larga e firewall amigo. Aqui não há servidores, você se conecta direto aos outros que tem o arquivo. A única coisa necessária para o cliente (uTorrent, Azureus, BitComet, Ktorrent) é um arquivo .torrent que você baixa em qualquer lugar. Ele diz os arquivos a baixar, quem os têm e qual a localização dos links. O resto é automático. Enquanto você baixa, envia sua parte para os outros, e quando acaba continua enviando, por isso o “download” nunca acaba.

Não seja mão de vaca

A grande maioria dos P2P espere que o usuário ajude a compartilhar arquivos. Não é só baixar, afinal eles vem de outros usuários, e se fosse assim não haveria nada. Portanto, é importante manter por um tempo os download (que costumam ficar numa pasta Incoming, Shared ou nome parecido) acumularem, asism seu repertório de contribuições fica bom. Os programas premiam essa ação com downloads mais fáceis, buscas mais rápidas e menos tempo de espera. smile_shades

E pra fechar, uma musiquinha relacionada ao tema music_note

Don’t Download This Song – Weird Al Yankovic

Um comentário:

Anônimo disse...

Paulo dá verdadeiras aulas por aqui, quase um TCC por Artigo.

Parabéns